Psicologia, teologia e espiritualidade.

Religião e valores religiosos tornaram-se um tópico freqüente de discussão para muitos conselheiros nos últimos anos. Muitos têm pensado sobre a confusão de seus clientes. Mas quando tratamos dos valores religiosos em nossos consultórios, nossos clientes não estão sozinhos. Muitos conselheiros também estão confusos.

Se aceitarmos qualquer crença como válida, então qualquer crença tem mérito? Se toda verdade é construída pelos valores e crenças de uma pessoa, então a verdade também pode ser desconstruida, de modo que nada é a verdade última?

Há conselheiros bíblicos que rejeitam toda e qualquer teoria psicológica em favor das Escrituras como fonte de todo conhecimento. Mas a dúvida não desaparece: e se a Psicologia e Religião puderem cooperar uma com a outra através de técnicas psicológicas para resolver alguns problemas? E se, por exemplo, uma síndrome de pânico possa ser tratada com alguma dessas técnicas? E quanto a procedimentos psicológicos testados e aprovados revelem-se efetivos para auxílio ao bem estar? Os conselheiros bíblicos poderão continuar a dizer que psicoterapia e aconselhamento não funcionarão juntos quando há grandes evidências do contrário?

Há a possibilidade de integração entre o conhecimento teológico cristão e as técnicas psicológicas para a ajuda ao crescimento tanto psicológico como espiritual. É possível integrar a verdade de Cristo como revelada nas Escrituras e deliberadamente permitir que essas crenças saturem nossos métodos de aconselhamento.

O consultório é onde a integração das crenças cristãs e as técnicas de aconselhamento se tornam mais práticas, e é também onde nos sentimos mais bombardeados com perguntas sem respostas imediatas:

  • Quando devemos orar com os clientes?
  • O perdão é razoável para um sobrevivente de abuso sexual?
  • Devemos confrontar o pecado ou esperar para que nosso cliente o reconheça por si mesmo?
  • A reconciliação é sempre um alvo razoável?
  • Há ocasiões em que o divórcio é aceitável?
  • Temos evidências de que essa abordagem de aconselhamento bíblico é efetiva?
  • As disciplinas espirituais são uma parte necessária da restauração emocional?
  • Uma abordagem teórica de aconselhamento é mais compatível com o cristianismo que outra?
  • A memória das escrituras pode contribuir para a negação e defesas não saudáveis?
  • Uma auto-afirmação e auto-estima positivas são contrárias à Escritura?

Mesmo os princípios bíblicos, que consideramos verdadeiros e fontes de autoridade, algumas vezes parecem difíceis de aplicar no consultório.

Não é possível ter todas as respostas, mas talvez possamos nos unir em torno de certas questões-chave e certas perspectivas de modo que nossas intervenções se tornem crescentemente relevantes e efetivas.

Enquanto terapeutas e conselheiros cristãos estamos sempre diante de uma pergunta quando atendemos nossos clientes: qual das abordagens podemos usar para aproximá-los de Deus?

Desafio 1: indo de duas áreas de competência para três.

Para terapeutas e conselheiros cristãos é de suma importância estar atuando baseados em duas áreas de competência: a Psicologia e a Teologia. Psicólogos sem treinamento teológico frequentemente minimizam a importância da doutrina, psicologizam crenças cristãs e passam por cima do contexto sociológico e histórico da Psicologia atual. A Teologia ortodoxa cristã mantém os conselheiros em uma posição facilmente abalada por novas teorias, fábulas e afirmações sensacionalistas. Teólogos sem treinamento psicológico freqüentemente interpretam mal as nuances da ciência psicológica e as complexidades das aplicações clínicas.

A Igreja atual precisa de teólogos e psicólogos que atuem integrando as duas disciplinas, mesmo que em uma ou outra seu treinamento seja informal.

Essa afirmação nos leva para um terceiro aspecto de competência. Se vamos trabalhar integradamente com a Psicologia e a Teologia devemos entender a espiritualidade e o processo de formação espiritual.

Conselheiros protestantes contemporâneos têm deixado passar desapercebidas as disciplinas espirituais de longa data praticadas na Igreja Católica e particularmente na vida monástica. E elas são de grande importância na restauração emocional.

Quais são as técnicas de formação espiritual? Como alguém aprende a paixão e a devoção espiritual? Essas questões são desconsideradas, deixando os conselheiros, mesmo os mais bem treinados, sem outros recursos importantes. Assim como um tripé com uma perna faltante é inútil, um conselheiro cristão ao qual falta a compreensão da espiritualidade ficará em desvantagem ao tratar de questões espirituais em seu consultório.

E SE ISSO ACONTECESSE?

Seu cliente, José, põe sua cabeça entre as ngolfmãos, suspira profundamente e começa a descrever a escuridão espiritual que sente. Um cristão por muitos anos, José vê sua vida espiritual como uma peregrinação. Muitas vezes sentiu-se engolfado pela graciosa e gentil presença de Deus. Em outras ocasiões ele se sentiu distante de Deus. Ele entende o que São João da Cruz chamou de “a noite escura da alma”. Mas desta vez, a noite parece mais escura e mais profunda que antes. Ele se sente sozinho, triste, confuso e vazio. Ele vai até você, um conselheiro cristão, para ajuda.

Esta é uma questão de múltipla escolha. O que você fará?

1. Diagnostica José com uma depressão, orienta para que uma medicação antidepressiva seja prescrita, e começa uma terapia cognitiva para depressão.

2. Encoraja José relembrando-o de que seus sentimentos não determinam sua fé. Mesmo que Deus pareça distante, nada pode separá-lo do amor de Deus revelado em Cristo (Rm 8:35-39).

3. Explora os anseios espirituais profundos de José, e permite que ele chore por seus sentimentos de distância de Deus.

4. Considera todas as possibilidades acima.

A primeira opção reflete a abordagem que pode ser seguida por muitos psicólogos que não têm treinamento ou experiência religiosa. A segunda escolha pode ser a de conselheiros com compreensão teológica. A terceira requer uma compreensão da formação espiritual. Aqueles que anseiam por Deus e tomam a vida espiritual seriamente sempre experimentam períodos de escuridão espiritual e solidão; é parte da busca espiritual do cristão. Somente os conselheiros conscientes dos sintomas psicológicos, princípios teológicos e formação espiritual estarão habilitados para discernir o melhor tratamento para José.

A competência espiritual não se consegue como a da Psicologia e Teologia, nem pode apresentar-se como credencial acadêmica. Ela consiste daquele conjunto de atividades na qual uma pessoa interage cooperativamente com Deus e com a ordem espiritual derivando da personalidade e da ação de Deus. [1]

O treinamento espiritual é experiencial e freqüentemente privado. Raramente é encontrado em escolas, mas sim em horas de recolhimento em oração e reflexão devocional, em adoração comunitária, em quietas disciplinas de jejum e solitude.

Há uma outra razão pela qual a competência espiritual não pode ser apresentada em um currículo: aqueles que têm a mais rica vida espiritual reconhecem que a competência espiritual é, em um sentido, um oximoro. Podemos nos tornar mais ou menos competentes nas disciplinas espirituais, treinando-nos a experimentar Deus mais plenamente, mas nunca poderemos ser espiritualmente competentes. A doutrina cristã ensina que somos espiritualmente incompetentes, precisados de um Redentor.

A vida espiritual nos conduz para longe das ilusões de competência e nos força a confrontar nossa absoluta impotência e dependência da Graça de Deus. Quando reconhecemos nossa frraqueza, então a força de Cristo podee operar através de nós (2 Co 12:10).

Se nos afastarmos ca Teologia Cristã os encontraremos em um estranho mundo de espiritualismo. A espiritualidade cristã não começa meramente em uma busca de sentido. Ela começa em nossa compreensão e que alguma coisa está profundamente errada conosco – uma percepção que pode levar a uma dedicação renovada aos valores do evangelho.

Se a vida espiritual de um conselheiro cristão é importante, então a distinção entre a vida profissional e a vida pessoal torna-se difícil de definir porque a piedade cristã do conselheiro e suas práticas pessoais afetam o processo e o resultado do aconselhamento.

Desafio 2: distinções pessoais e profissionais obscuras

Enquanto códigos de ética profissionais fazem uma distinção entre a vida profissional e pessoal do conselheiro, essa distinção não é clara para o conselheiro cristão sensível. Orar por um cliente é uma questão pessoal ou profissional? Se um conselheiro treina-se através da prática das disciplinas espirituais para permanecer calmo diante de circunstâncias provocantes, é uma questão profissional ou pessoal aplicar essas habilidades com clientes difíceis?

O tipo de relacionamento terapêutico que produz restauração é o que surge da vida pessoal interior. Nesse sentido, aconselhamento é tanto profissional quanto pessoal.

Um conselheiro cristão não apenas é um despenseiro de tecnologia restauradora para que seu cliente se sinta melhor, mas idealmente é também um agente restaurador, cuja vida espiritual é espargida através de interações com todas as pessoas, incluindo os seus clientes.

Sabe-se hoje que um forte relacionamento terapêutico é um dos melhores indicadores de sucesso em psicoterapia. Pessoas que procuram ajuda não buscam um conjunto específico de técnicas, mas um relacionamento com alguém que tenha valores que respeitam. Elas procuram esse relacionamento porque estão feridas, empurradas para angústias pelas conseqüências naturais de viver em um mundo caído. Em meio a um relacionamento de aconselhamento cristão elas freqüentemente se movem das fraturas e tristezas para a esperança e restauração.

O vínculo terapêutico é pessoal ou profissional? É ambos. Um relacionamento de terapia é profissional em muitas formas:

  • Ocorre em um tempo e local específicos
  • Um pagamento é combinado
  • O cliente revela muito mais que o conselheiro
  • O relacionamento termina em um tempo especificado ou decidido por ambos

Um relacionamento de aconselhamento cristão é também pessoal:

  • tanto o conselheiro quanto o cliente investem energia e emoção no relacionamento.
  • Ambos usam palavras que emergem de suas experiências pessoais e visão de mundo.
  • Ambos oram fora da sessão de aconselhamento para que o relacionamento possa ajudar o cliente.
  • E ambos são irmãos e irmãs em Cristo.

Há um crescente aumento no interesse pelos valores na psicoterapia. É um fato aceito atualmente que a psicoterapia é um relacionamento permeado por valores inextricavelmente entretecidos no processo de aconselhamento. Um comportamento profissional é importante, mas um processo pleno de valores deve basear-se em qualidades e perspectivas pessoais.

Um conselheiro cristão melhor preparado é:

  • altamente treinado na teoria e técnicas de aconselhamento.
  • Conhecedor da Teologia.
  • Reflete o caráter cristão dentro e fora do seu consultório
  • Tal caráter formado por anos de fiel treinamento nas disciplinas espirituais (oração, estudo das Escrituras, solitude, jejum, adoração comunitária, etc.).

A vida pessoal do conselheiro é um ingrediente essencial para um trabalho profissional produtivo.

Desafio 3: Definições expandidas de treinamento

O treinamento de um conselheiro cristão deveria incluir:

  • Várias formas de meditação e oração
  • Confissão
  • Adoração
  • Perdão
  • Jejum
  • Simplicidade de vida.

O aconselhamento cristão pode legitimamente fazer maior uso de técnicas explicitamente cristãs que brotam da tradição cristã.

Três fatores indicam um bom conselheiro cristão:

  • o bem estar espiritual do conselheiro
  • a prática de devoções pessoais
  • a vida pessoal do conselheiro.

Tanto quanto o treinamento profissional é importante para um conselheiro competente, seu treinamento pessoal e espiritual também o é.

A substância da sensibilidade espiritual do aconselhamento tem raízes mais profundas que a técnica: o cuidado, a objetividade disciplinada, a confiabilidade, a empatia, a sabedoria e as percepções devem vir do interior.

As disciplinas espirituais providenciam um modo de mudanças internas profundas que a mera força de vontade nunca pode produzir. Terapeutas cristãos que são sensíveis à vida espiritual reconhecem a importância do treinamento pessoal no desenvolvimento de hábitos de santidade.

As disciplinas espirituais não são espirituais em si mesmas, mas oferecem oportunidades para a experiência do encontro com Deus. São veículos da espiritualidade que nos traz face a face com a Graça de Deus.

Desafio 4: Confrontando as visões dominantes de saúde mental.

Aconselhamento espiritual sensível não é apenas uma questão de implementar um conjunto de técnicas no consultório. É preciso tomar cuidado com a adaptação de teorias humanistas e ateístas subjacentes às técnicas psicoterapeuticas. Podemos estar correndo o risco de dobrar pressuposições cristãs para conformá-las a técnicas existentes, mas em algum ponto nosso sistema de crenças se romperá, e somos deixados apenas com detritos ateístas saturados por definições ateístas de saúde mental.

O aconselhamento cristão requer que avaliemos cuidadosamente os alvos da terapia e desafiemos as visões de restauração que nos envolvem nas profissões de saúde mental.

Muito da Psicologia atual sugere que o cliente procure suas próprias necessidades, abra mãos de idéias de altruísmo ou perdão, saia de relacionamentos não satisfatórios. Sua mensagem diz que a felicidade vem por evitar o desconforto, sacrifício e dor. Ainda que essas mensagens não estejam todas erradas, elas não estão todas certas. Elas costumam estar baseadas em uma ética hedonista e individualista que não é compatível com a espiritualidade cristã.

Podemos dobrar assunções cristãs para amoldá-las a técnicas existentes, mas em algum ponto nosso sistema de crenças se romperá e nós ficamos apenas com detritos teístas saturados de definições de saúde mental ateístas. Trabalhar com conceitos cristãos no consultório implica uma avaliação cuidadosa dos alvos da terapia e de desafiar as visões de restauração que nos envolvem nas profissões de saúde mental.

Somos bombardeados todos os dias com mensagens que nos dizem para cuidarmos de nós mesmos e sentirmos-nos bem conosco mesmos de forma a podermos ser felizes. Talvez até tenhamos sugerido isso a nossos clientes. Afirmações como essas: “cuide de si mesmo, pois ninguém mais o fará”; “vá em frente, você o merece”; “ninguém pode dizer-lhe o que é certo ou errado para você”; “você é uma boa pessoa. Você precisa acreditar em si mesmo”; “afirme seus direitos”; “expresse seus pensamentos”, são ditas e ouvidas a todo tempo. Não estão totalmente erradas. Pessoas são realmente feridas por outras, e as cicatrizes podem ser devastadoras.

Apesar de que as mensagens contemporâneas não serem totalmente erradas, elas não são totalmente certas também. A psicologia contemporânea que se popularizou prega que busquemos a satisfação de nossas próprias necessidades, abramos mão de idéias tolas de altruísmo e perdão, e saiamos de relacionamentos que não são satisfatórios. Sua mensagem é clara: a felicidade é alcançada pela evitação do desconforto, do sacrifício, da dor. Albert Ellis escreveu: “o individuo emocionalmente saudável deve ser primariamente verdadeiro a si mesmo e não sacrificar-se masoquisticamente por outros”. Essa afirmação deve ser criticada à luz das Escrituras, onde somos instruídos a prestar atenção aos interesses de outros [2] e preferir uns aos outros em honra [3]. Podemos cair no engano do hedonismo e de uma independência rasa como alvo de nosso aconselhamento e com isso negarmos a vida espiritual e o papel do quebrantamento na restauração.

Como conselheiros cristãos não podemos deixar de lado a verdade bíblica que nos aponta como participantes no pecado e não como vítimas inocentes, que a doença é uma parte de nossa natureza [4], e que o reconhecimento de nossa condição espiritual é um pré-requisito à restauração. Devemos reconhecer nossa impotência em conquistar nosso egoísmo e a necessidade de render o governo de nossas vidas a Jesus Cristo. Nosso coração pecaminoso se revela no que fazemos e no que falhamos em fazer. Nós somos feridos não somente porque somos vítimas, mas também porque temos corações de rebelião e de endurecida independência.

O Evangelho oferece esperança para pessoas quebradas, mas só depois que reconhecer sua impotência em lidar com isso. Do ponto de vista cristão, não somos aptos para reparar os danos que outros nos causaram. E as tentativas de correção resultaram em mais danos a nós mesmos e a outros. São respostas deslocadas que, por sinal, é a própria definição de pecado.

A Boa Nova do Evangelho é que Deus nos tira do nosso estado de impotência para um relacionamento amistoso com Ele. A esperança baseia-se no trabalho de Cristo.

O conselheiro cristão deve ajudar seu cliente a refletir no papel do quebrantamento na restauração e a reconhecer que a inadequação e a necessidade são pré-requisitos à restauração e esperança. O aconselhamento que respeita o quebrantamento como parte da restauração é um reflexo da redenção. 0 aconselhamento cristão atua no meio da experiência penosa como um relacionamento restaurador no qual a aceitação, a esperança e o significado profundo da dor entram na vida ferida. Nesse sentido, o aconselhamento cristão imita o Evangelho: pessoas são quebradas e pessoas quebradas são restauradas no contexto de um relacionamento restaurador.

EM DIREÇÃO À SAÚDE PSICOLÓGICA E ESPIRITUAL

O aconselhamento cristão é mais complexo que outras formas de aconselhamento porque nossos alvos são multifacetados. Um comportamentalista pode focar na redução de sintomas e um psicanalista no fortalecimento do ego. Mas um conselheiro cristão estará preocupado tanto com o crescimento espiritual como com a saúde mental. No entanto, o treinamento básico do conselheiro cristão costuma ser baseado apenas na saúde mental partindo-se do pressuposto de que a saúde mental pode estar separada da vida espiritual, uma assunção que a maioria dos conselheiros cristãos não partilha.

Um guia para o crescimento espiritual deverá:

  • levar em conta a verdade escriturística e ser completamente relevante aos vários problemas de saúde mental.

  • prático o suficiente para ser utilizado no consultório por qualquer conselheiro cristão, e não apenas por filósofos e teólogos.

  • idealmente, ajustar-se à base teórica que cada conselheiro cristão adotar. Não é uma substituição de uma base teórica que pode ter sido desenvolvida com muito esforço, mas uma busca de uma compreensão mais profunda da vida espiritual e da sabedoria espiritual para ver-nos a nós mesmos, nossos clientes e nosso relacionamento de aconselhamento com mais acurácia.



UM PADRÃO DE RESTAURAÇÃO

Há um padrão perceptível da motivação à restauração em toda narrativa humana. Pode ser demonstrado de forma simples:



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[1] “The Spirit of the Disciplines”, Dallas Willard.

[2] “Cada um cuide, não somente de seus interesses, mas também dos interesses dos outros”(Fl 2:4)

[3] “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios” (Rm 12:10)

[4] “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável.” (Je 17:9. Ver o contexto desde o versículo 5)

 
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